Mar de Amigos - Uninaútica

JOÃO PAULO
Sejam bem vindos a mais um mar de amigos. Hoje, com o nosso grande amigo Paulo aqui, que tem dado um show na questão meteorológica e astronômica. E hoje falaremos a respeito de um tema que já até mencionamos um pouquinho no passado a respeito de desastres, erros que acontecem na parte náutica. E hoje falaremos a respeito. Se é possível, prevê-los?

JOÃO PAULO
Então, dentro disso, Paulo, vem a nossa primeira questão o que ocasiona a mudança repentina do nosso clima?

PAULO GOMES VARELLA
Ok, esse é uma questão bastante interessante e as pessoas que estão acostumadas a observar a natureza percebe em alguns sinais que o tempo nos oferece e que podem ajudar bastante nessa questão da segurança no processo da navegação, mas indo diretamente em relação ao que você me perguntou há dois instantes, ao longo de um dia em que a pessoa deve prestar bastante atenção no seu entorno.

PAULO GOMES VARELLA
Um desses instantes, que corresponde ao comecinho da tarde, por volta das 14, 15h00, aproximadamente, é o outro, logo depois do amanhecer, onde nós temos, no caso do início, logo após o amanhecer, a menor temperatura do dia e por volta das 14, 15h00 a maior temperatura de um dia. Isso faz então, com que ao longo das 24 horas tenhamos uma variação térmica muito grande.

PAULO GOMES VARELLA
Desde as 07h00, aproximadamente até as 14h00, nós passamos da menor para a maior temperatura de um dia. E isso é o que normalmente acontece ao longo do ano inteiro. O que nós devemos principalmente prestar atenção, é se nisso que nós é que é, digamos, o comportamento normal da atmosfera da Terra, se tem alguma coisa interferindo se no momento em que nós tínhamos que ter a maior temperatura do dia.

PAULO GOMES VARELLA
Não, nós temos uma temperatura baixando ou então de manhã cedo que deveríamos estar com a menor temperatura aumentando repentinamente. Esses são sinais que nós temos que prestar muita atenção e, no caso, essas variações de curto intervalo de tempo, porque digamos que são, acontecem, melhor dizendo, em duas, três, quatro, 05h00. São coisas que estão relacionadas, principalmente a variação de pressão atmosférica e à pressão.

PAULO GOMES VARELLA
A gente sabe que caminha lado a lado com a temperatura. Nos momentos de maior temperatura do dia, a pressão atmosférica exibe seu menor valor, enquanto que nos momentos mais frios do dia a pressão atmosférica tem o seu maior valor.

JOÃO PAULO
Muito bom ou muito bom. E me fala uma coisa relacionado. Nós já tivemos alguns problemas climáticos, como alguns vendavais em Ilhabela, que tiveram até vítimas agora. Recentemente tivemos a entrada de um ciclone aqui na nossa região sudeste sul.

PAULO GOMES VARELLA
Sim.

JOÃO PAULO
É possível prever essas mudanças repentinas. No caso do ciclone, não é tão repentino, mas no caso daquele vendaval era algo.

PAULO GOMES VARELLA
Que não estava sendo esperado pela população que fosse ocorrer. Mas, no geral, a gente consegue realizar a previsão com uma certa antecedência, em caso de fenômenos muito extremos, como foi, por exemplo, esse vendaval? Você estava descrevendo alguns meteorologistas em sites específicos da área. Já tinham realizado um alerta. O que eu acho que existe de problema é a comunicação entre as pessoas que realizam o estudo e a previsão é isso chegar ao grande público.

PAULO GOMES VARELLA
Então tem aí um intervalo de tempo entre o fato ter sido analisado e aquilo chegar ao grande público através de um serviço de informação. Isso, para mim é um tempo que deve ser diminuído ao máximo. Eu acho que o mais, o que mais me preocupa é exatamente isso. Essa distância entre o evento ser determinado e você receber a informação.

JOÃO ROBERTO
Ou qual o que você pode nos deixar aqui de dica para que o navegador possa se atentar nessa previsão, para que ele possa fazer um passeio relativamente curto e que ele não tenha nenhum tipo de surpresa nesse trajeto.

PAULO GOMES VARELLA
Juntando até com algumas informações que já conversamos em outras ocasiões, por exemplo, ao analisar os tipos de nuvens que estão presentes no céu num dado instante, é fundamental as nuvens que de fato não oferecem perigo algum imediato, caso das nuvens altas do circuito, como ser o stratus alto stratus alto cumulus. Essas nuvens não trazem problemas imediatos. O único extrato sempre ser uma nuvem de chuva, palavra nimbus, sempre associada à chuva.

PAULO GOMES VARELLA
Pior é o cumulonimbus. Esse dá sinais de que ele vai se formar. E esses sinais o navegador deve saber reconhecer como uma atividade fundamental. O cumulonimbus, de modo geral, é uma nuvem que se desenvolve na vertical. Ela não se desenvolve horizontalmente. Não é que nem o Stratos, que é uma camada, ou então o estrato cúmulos, que são camadas de cômodos justapostos.

PAULO GOMES VARELLA
O cumulonimbus, não. Ele se desenvolve para cima e cresce geralmente no começo da tarde, entre o momento mais quente do dia. 14h00, aproximadamente até 17h00, 05h30. Então são três, 03h30 de desenvolvimento. Nesse tempo, ele consegue atingir uma espessura de sete, oito ou dez quilômetros. Então o crescimento dessa nuvem na vertical é visualmente detectável. Então, o navegador tem que estar observando a natureza, ver se tem alguma nuvem com tendência a se desenvolver verticalmente para cima e analisar quanto que esse desenvolvimento está ocorrendo ao longo do tempo.

PAULO GOMES VARELLA
Se ele perceber que o desenvolvimento está rápido, ele vai ter pouco tempo para tomar as providências necessárias. Se for um pouco mais lento, aí sim vai ter que ter um tempo maior.

JOÃO ROBERTO
E dentro dessa, dessa sua explanação, eu já observei em alguns momentos que nós tivemos aqui aquele que no momento em que parece que está tudo parado, parece que não existe movimentação da água. Você nota que está aquele tipo, aquele bafo, aquele e na sequência, a água.

PAULO GOMES VARELLA
Isso é muito boa. Observação isso também. Nossos amigos devem ficar atentos com relação a isso. Quando o cúmulo nimbo se desenvolve, se transforma realmente em uma nuvem madura e que vai começar a desaguar sobre nós. É um momento em que as correntes de ar acendem e as que estão gerando a nuvem são equilibradas pela água que começa despencar da nuvem em direção à terra.

PAULO GOMES VARELLA
Então, essa água despencando é em direção ao solo. Vai produzir uma corrente de ar descendente que encontra uma ascendente e as duas se anulam. Então, momentaneamente, eu tenho uma calmaria. Parece que a natureza ficou num compasso de espera, vendo o que vai acontecer. Na hora que você detecta isso, as duas correntes se opuseram. Naquele momento. Então tem um ambiente de calmaria e isso também dá um desconforto nas pessoas.

PAULO GOMES VARELLA
Tem muita gente que começa a suar e sente esse bafo, esse calor chato de aguentar. E logo em seguida vai vir realmente chuva, porque essa batalha entre a corrente ascendente e a descendente vai ser vem de vencida pela água, que vai despencar.

JOÃO PAULO
Assim que tudo. Fica claro que o importante é.

PAULO GOMES VARELLA
O.

JOÃO PAULO
Planejamento, porque tudo isso está à disposição, sem dúvida.

JOÃO ROBERTO
Mas você pensou que ia se livrar de mim? Mas o que é o vento? Bom?

PAULO GOMES VARELLA
O vento é um movimento do ar atmosférico exatamente existente por conta de diferenças de pressão. Então, se você tem um ambiente costeiro no lugar onde está a praia, uma corrente de ar ascendente porque a terra se esquenta muito rapidamente e o mar não. Então essa corrente ascendente vai levar o ar quente para cima e se estabelece um movimento de ar do oceano vindo em direção à costa, entre aspas, preencher aquele espaço deixado pelo ar que subiu.

PAULO GOMES VARELLA
Então, essas diferenças de pressão entre costa e o oceano vão gerar uma circulação horizontal. Então, o vento é uma circulação horizontal do ar, diferentemente das correntes ascendentes, que geram as nuvens tipo cumulonimbus. Então, quanto maior for a diferença de pressão entre dois ambientes, mais intensamente o ar vai se deslocar. Aí o vento vai ter velocidade maior.

JOÃO ROBERTO
Então, resumindo isso claramente em relação à diferença de temperaturas.

PAULO GOMES VARELLA
As diferenças geram a diferença de pressão que ela vai gerar os ventos.

JOÃO ROBERTO
E nisso nós teríamos o que é a ampliação das moléculas para que uma suba e a outra.

PAULO GOMES VARELLA
Encaminha se para preencher o lugar deixado pela que subiu. De um modo geral, a isso entende.

JOÃO ROBERTO
E esse evento ele também pode ser alterado de direção mediante a maior exposição solar num ponto do que outro. O que? Onde eu quero chegar? Se eu tenho a previsão meteorológica, que é um vento à frente sudoeste e num determinado ponto ela pode tomar uma outra direção, pode.

PAULO GOMES VARELLA
Uma das características de aproximação de tempestade é isso você detectar que há repentinamente alterações na direção do vento quando a corrente ascendente está gerando o cumulonimbus. Digamos que em cima de mim, o cumulonimbus esteja se formando. A corrente de ar vai vem de você para mim e você para mim, porque há uma tendência de todas elas se juntarem para levar o vapor lá para cima.

PAULO GOMES VARELLA
Quando começa a chover, a corrente é descendente e vai se esparramar exatamente na direção oposta. Então, nesse processo, o vento acaba até invertendo de direção. Agora, pequenas inversões são esperadas a qualquer momento por conta do caminho que as frentes, por exemplo, vêm desenvolvendo e encontram os acidentes geográficos. Aí é previsível para cada região, mas você precisa conhecer o relevo da área litorânea.

JOÃO ROBERTO
E para fechar, eu 1A1 colocação que geralmente se vê muito em planejamento meteorológico. A questão de frente aqui no nosso país, ou seja, que nós temos, são frente, sempre vindo do sul. E isso se.

PAULO GOMES VARELLA
Forem frias.

JOÃO ROBERTO
Se forem frias.

PAULO GOMES VARELLA
Se forem frentes quentes. Vem da região norte, noroeste por aí.

JOÃO ROBERTO
Então, as frentes frias que nós temos vêm do Sul. Então quer dizer que para navegar quando eu vou navegar para o norte? Quer dizer que eu coloquei minha agulha magnética, minha, a minha direção para o norte, para o zero. Quando eu falo de uma frente sul, quer dizer que o vento está. O vento à frente está vindo de onde?

PAULO GOMES VARELLA
Do Sul para você, do sul.

JOÃO ROBERTO
Então quer dizer que eu seria o Norte ou eu seria?

PAULO GOMES VARELLA
Você estaria, digamos, recebendo o vento pelas suas costas. Vamos dizer assim se você tiver navegando com azimute zero, direção norte, então você receberia ele pelas suas costas. O frente tem essa característica, principalmente as frentes frias. O primeiro sinal cirros, muito ácidos no céu. Isso já pode ligar as nossas antenas. Segundo, numa região que a gente chama de pré frontal, que é um pouco antes da frente de fato chegar à gente.

PAULO GOMES VARELLA
O tempo é muito chuvoso, então a gente tem uma chuva intermitente, eventualmente até com formação de cumulonimbus. Se a diferença de temperatura entre o ar que vem vindo e o que está instalado no lugar onde você está for muito grande quando você está, digamos, na Ilhabela, 32 graus e temperatura numa tarde de verão, de repente vai chegar uma frente fria com 18.

PAULO GOMES VARELLA
Já tem uma diferença de temperatura muito grande. Provavelmente vai gerar cumulonimbus nessa área do pré frontal. Você vai ter um aguaceiro bem grande antes da frente chegar, depois que a frente passa pela gente. Aí a natureza está completamente diferente. O céu abre geralmente com um sol muito intenso durante o dia e as melhores noites para observar estrelas, porque o cumulonimbus é pré frontal.

PAULO GOMES VARELLA
Limpar a atmosfera retira a poeira tudo o que tiver em suspensão, e aí as noites são maravilhosas.

JOÃO ROBERTO
Então não saia correndo. Como você falou, porque você vai perder o melhor festa.

JOÃO ROBERTO
Eu vou lá. Que legal.

JOÃO PAULO
O pessoal. Espero que tenham gostado desse conteúdo. Não se esqueçam de se inscrever em nosso canal, de curtirem esse conteúdo e comentar na descrição. Se gostaram, você tem alguma sugestão e ficamos aqui mais uma vez que navegar é saudável.

JOÃO ROBERTO
Navegar é preciso sempre, sempre vem conosco.