MAR DE AMIGOS – SAIBA COMO AS NUVENS AFETAM O NAVEGADOR – 01/09/2022

João Paulo
Sejam bem vindos a mais um mar de amigos hoje, um tema que te confesso que eu sou fascinado desde criança. Participei de uns quatro ou cinco cursos que você ministrou no passado e sobre o tema de nuvens. Bom, começando, há diferentes tipos de nuvens?

 

 – QUANTOS TIPOS DE NUVENS E SEUS PATAMARES

Paulo Gomes Varella
Sim, nós temos dez gêneros diferentes. Na realidade, as pessoas, quando olham para o céu, imaginam que têm milhões de tipos de nuvens, porque cada uma parece ser diferente da outra. Na verdade, não. Em termos de classificatórias, por conta da forma que elas têm e também do patamar em que elas ocorrem na atmosfera da Terra. Algumas são nuvens bem baixas, muito próximas ao solo, outras um pouco mais acima e as mais altas, que estão já no limite da primeira camada da atmosfera, que é a troposfera.

Então, esses dez gêneros de nuvens eles se esparramam ao longo desses primeiros dez quilômetros da atmosfera, a partir da superfície. Então são dez tipos ou gêneros diferentes.

 

 – QUAIS OS TIPOS DE NUVENS?

João Paulo
Que legal! E quais são esses tipos? Vou pedir para você falar sobre as dez e comentar um pouquinho a respeito delas.

Paulo Gomes Varella
Começando pelo nível mais alto, que são as nuvens mais fáceis da gente reconhecer que são as nuvens situadas entre 6 e 7 e até 11.000 metros aproximadamente de altitude, e essas nuvens o cirros, o cirrocumulos e o cirrostratus. é a nuvem mais comum que a gente observa do patamar elevado da atmosfera. São nuvens brancas e chapadas que eventualmente cobrem o firmamento inteiro.

Ao longo principalmente do outono e do inverno. O cirrocumulos também são fibras. Porém, cada fibra é formada por floquinhos, como se fossem um monte de bolinhas justapostas umas às outras. E o cirrostratus é uma nuvem que se apresenta como um véu, cobrindo praticamente o céu inteiro e produz um fenômeno meteorológico chamado halo, que parece um arco íris redondo em torno do Sol ou da Lua astros geralmente brilhantes do céu, e fazem parte do nível alto desse patamar de nuvens na atmosfera.

Descendo um pouquinho para o nível médio, nós temos dois ou três gêneros, e isso varia um pouco dependendo do lugar que você vai consultar. Hoje em dia, há uma tendência de se descrever apenas dois tipos, mas ainda o Atlas Meteorológico da Organização Meteorológica Mundial coloca nesse patamar médio três gêneros, que são os altocumulos, os altostratos e os nimbostratos.

O alto estratos é uma nuvem fácil de reconhecer também. Ela cobre o firmamento inteiro com uma tonalidade acinzentada. Essa nuvem permanece às vezes por dias a fio, cobrindo o céu, sei lá. Uma semana, dez dias por aí. E a nuvem mais comum, por exemplo, no céu londrino, em que normalmente você vê Londres com aquela camada escura de nuvens bastante uniforme?

Entre os meteorologistas, a gente chama este como o céu da depressão, porque você fica dez dias sobre esse firmamento uniforme sem mudança alguma. Realmente é muito cansativo. O nimbostratos é uma nuvem de chuva. Aliás, toda nuvem que tem nimbos no nome é uma nuvem que produz chuva. Essa chuva pode ser constante ao longo de dez dias ou oito dias, não muito forte.

Uma chuva moderada, mas deixa o céu bastante escuro. É uma característica própria dela. E os alto cúmulos se apresentam como almofadas bem grandes no céu, geralmente justapostas umas às outras. E aqui no interior de São Paulo, principalmente. Esse aspecto de céu é chamado de céu pedreiro, como se fossem inúmeras pedras amontoadas, uma ao lado das outras e o céu pedrento para o interior paulista tem até um ditado relativo a isso: céu, pedrento, chuva e vento. É no patamar um pouco mais baixo que seria o mais próximo ao solo.

Quatro gêneros de nuvens os cúmulos, os estrato cúmulos, os estratos e o cumulonimbos. Quando a gente fala em patamares, é sempre como se referindo à base da nuvem, onde a base da nuvem se encontra.

Você vai observar, inclusive no céu tem uma série de nuvens presentes no momento e dá para perceber claramente a posição da base das nuvens, principalmente quando a gente olha em direção ao horizonte. Isso fica mais fácil ainda da gente perceber. Hoje, aqui nós estamos com um céu repleto de stratocumulos, eventualmente também uns cumulos. O cumulo é a nuvem mais comum que a gente observa em imagens.

Você, quando tem uns dois, três anos de idade, ganhou sua primeira caixa de lápis de cor. Eu tenho a certeza que você desenhou a casinha com o sol, a estradinha e fez uma nuvenzinha no céu na forma de um floco. Esse Floquinho é um cumulos, está sempre presente no céu aqui ao longo de todas as estações do ano, o strato, como nos parece às vezes com os cumulo, mas eles estão emendados lateralmente, formando uma camada no céu. Aliás, é o que mais temos hoje aqui no firmamento nesse momento.

Os stratos são nuvens muito próximas ao solo. Eventualmente, pode ter base igual a zero metro. Ou seja, você pode estar envolvido pela nuvem. É a única que consegue se formar ao nível onde a pessoa está observando. Para nós, aqui no solo, transparece como se fosse um nevoeiro nos envolvendo.

E você consegue, por exemplo, observar facilmente quando você sobe ou desce a Serra do Mar, saindo da capital e indo para o litoral. Aqui, no caso do Estado de São Paulo, você vai atravessar estratos a torto e a direita na serra. Por último, o cumulonimbos, que para o navegador é a nuvem mais perigosa que tem, é uma nuvem de desenvolvimento vertical muito grande, com base perto de 300, 400 metros e topo, que pode chegar até 15.000.

Então é uma nuvem de desenvolvimento vertical muito intenso. Essa é a nuvem que produz raio relâmpago, trovão, tornado, granizo, ventos fortes com rajadas de grande intensidade e a nuvem mais problemática para o navegador. Geralmente, o navegador terrestre é aquele que está realizando um passeio aqui pelo campo. Tem bastante tempo para reconhecer a formação dela e se precaver no caso dela, estar realmente se formando.

O navegador marítimo já tem uma situação um pouco mais crítica porque ele está em processo de navegação, eventualmente um pouco afastado da costa. E se ele detectar a aproximação do cumulonimbos pode ser um problema.

 

 – O QUE AS OUTRAS NUVENS TRADUZEM PARA O NAVEGADOR? (TIRANDO O CUMULONIMBUS)

João Paulo

Paulo até aproveitando que você entrou nesse sentido. Falando em navegador, as outras nuvens se traduzem em alguma informação para o navegador? o que o navegador deve ficar atento ao céu tirando com o nimbos.

Paulo Gomes Varella
Retirando o cumulonimbus. Essa que eu já falei é uma nuvem muito problemática. Algumas nuvens até que fazem com que a gente se sinta bem na presença delas. É o caso do cumulus. O cumulus é tipicamente uma nuvem de bom tempo. Toda vez que a gente observa, cumulos isolados no céu, você pode ter certeza que não há modificação do tempo nas próximas 24 horas, que é uma nuvem tranquila.

O estrato cúmulos que eu até mencionei, que nesse momento estão visíveis aqui no céu, é uma nuvem que pode produzir chuvisco, que na linguagem popular é a garoa. Uma chuva muito fina, mas que também não acarreta muitos problemas, e o nimbostratus pode provocar uma chuva mais intensa. Então esse também pode ser talvez um problema. Indo para o patamar elevado o cirros que sempre mostra pra gente a aproximação de frente fria.

Então, se você olhar o céu, ele estiver repleto daquelas fibras brancas. Pode contar que entre 72 horas e 96 horas, uma frente fria vai chegar no lugar onde você está e, por último, como sinal chave, talvez eu citaria os cirrostratos que produzem o halo. Geralmente, isso indica a aproximação de chuva para o navegador e é até uma regra bastante simples: quando você observa o halo, que é uma circunferência de luz em torno da Lua ou do Sol com as cores do arco íris, significa dizer que a chuva está muito perto de você.

Entre 24 horas, no máximo 36 você vai ter chuva sobre a tua embarcação.

João Paulo
Paulo você, como sempre, é fantástico. Pessoal, espero que vocês tenham gostado do vídeo. Não esqueçam de comentar a respeito desse conteúdo. Assim a gente consegue produzir mais coisas nesse sentido, ainda mais com a presença do Paulo aqui junto conosco. E não esqueçam de curtir esse conteúdo e se inscreverem em nosso canal. Muito obrigado por nos acompanhar.

Um grande abraço. não se esqueça. navegar é saudável, navegar é preciso, até!

 

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