Sejam bem vindos a mais um mar de amigos. E hoje mais um tema que vocês sempre nos pedem. E esse tema tem nome e sobrenome. E para isso trouxemos aqui um grande amigo nosso, Edvaldo, pra falar sobre o que edvaldo?, DPS Dynamic Position System. Isso é exatamente o nome e sobrenome, É verdade. … Continued
MAR DE AMIGOS – RESGATE DE NAUFRÁGIOS – 15/08/2024
Sejam bem vindos a mais um lar de amigos. Hoje falaremos sobre a questão de resgate. Resgate de cascos naufragados e para isso, vou contar com o nosso amigo aqui, Flávio Alcântara, que é o grande resgatador dos barcos que cometeram algum tipo de excesso
Flávio. Tem condição de você falar um pouquinho para a gente sobre esse processo? Porque, veja bem, claro que todo barco, todo casco, não é para naufragar, Mas acidentes acontecem, não é isso? Então esclarece um pouquinho para a gente, porque como você é especializado nisso e sabe toda a faina, todo o problema que envolve o resgate de uma embarcação, primeiramente é porque ocorre naufrágios.
Bem como ocorre por diversos fatores. Pode ser um eixo que salta do casco abrindo uma entrada de água. O barco tem várias tomadas de água também para a pia do vaso sanitário, então que sai também pode soltar por dentro do casco uma mangueira que o barco vira a pique, ou pode ser por uma colisão em outro barco ou numa laje de pedra, uma costeira e são os mais comuns.
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Speaker 1
Uma pedra que entra na frente nem.
Entra no caminho.
Porque se der rabada no sapato, ela conta. E quando isso acontece, o Flávio explica o seguinte qual é a primeira atitude que o comandante, o marinheiro, o proprietário do barco, tem que tomar mediante a um naufrágio?
Então, o primeiro quesito é a salvaguarda. Ali, a vida humana não é só correr todo mundo, todo mundo está indo bem e já de imediato avisar as autoridades. Responsável e a posterior a isso e tratar do resgate do casco que não pode ficar no fundo.
A não pode ficar no fogo.
Não pode ficar no.
Fundo. Se não tiver o barco velhinho, isso vai me dar.
Muito problema para lá.
Eu posso deixar lá? Posso ou.
Não. Hoje não pode mais. Antigamente era comum a gente ver também em cartas náuticas antigas que tinham o casco assoberbado, o casco que ficou no fundo pra lá e. Mas hoje em dia não pode mais. Há também muitos fatores ambientais.
Então, isso passa a ser um crime ambiental. E isso é, se a pessoa não resgatou, não tomou providência. Realmente ele vai ser responsabilizado por isso. Mas como você tem uma empresa e você oferece esse tipo de serviço, em que momento, que é o mais indicado para que você seja contratado? Isso daí pode ser daqui um mês, dois meses.
Como é que? Como é que ocorre isso?
Então, essa é. O quanto antes esse caso for retirado do mar, no fundo do rio, Enfim. É o mais correto. Então isso tem que ser rápido. Quanto mais fundo e mais difícil tá aqui. A gente em Parati não tem locais muito profundos, tem uma profundidade no máximo. Aí de 40 metros e tal. Outra dificuldade, por exemplo, a gente tem pouca visibilidade aqui, então atrapalha bastante também.
Isso às vezes é um casco que sofreu incêndio, então ele está com fios expostos, cabos ali e aí é meio complicado até a gente ficar preso nesses nesses objetos lá embaixo. Então com pouca visibilidade, aí dificulta bastante.
E quando você fala pouca visibilidade da área, isso também não é porque você vai fazer o resgate à noite pelo tipo de fundo que você está falando, que paradinha, porque é um fundo um pouco maior.
A gente tem um fundo de lama, fundo lodoso e a água que é muito rica. A gente tem muito sedimento. Então isso aí atrapalha bastante na visibilidade.
E se isso, por exemplo, for contratado após alguns dias, eu acredito. Por ser lama, você deve ter um vai ser prejudicado, porque o que o casco vai entrando no sedimento.
E isso e isso, quanto mais pra dentro da baía que o nosso fundo, ele é mais de lama e mais lodoso. Quando você chegar um pouco pra fora, você tem um fundo misto ali que é areia e lama. A gente resgatou um barco perto da Ilha Bexiga, que é bem perto do porto aqui que o barco praticamente já tinha sumido na lama, então a gente achou o patamar que era incêndio, queimou bastante, mais mesmo assim o barco afundou bastante.
Você pode fazer isso sozinho. Você vai mergulhar sozinho. Como é que é? Como é que é o processo.
Não é. A gente está sempre em dupla, pelo menos no fundo a gente tem um barco já em standby e os nossos equipamentos, eles já ficam mais ou menos preparado ali para uma ação o quanto mais rápida, né? Então gente sendo acionado 24 horas, não tem madrugada, não tem final de semana.
Já vão continuar.
Trazendo o quanto antes.
Porque eu acredito que quanto mais rápido for, mais, ou seja, menos trabalhoso será para poder fazer com que o barco chegue a superfície.
Aí isso exatamente. E tem também a questão dos vazamentos. A gente trabalha com barreiras de contenção e absorção também. Então a gente cerca esse local para que não saiam muitos detritos ali. Óleo, né?
Então a partir do momento que vocês já vão se deslocar até o local que vocês, vocês têm que ter a identificação e deve ter que notificar as autoridades disso que vocês estão indo fazer um determinado resgate para que isso inclusive fique registrado para as autoridades e ajude a perícia do sinistro. É isso que ocorre?
Não exatamente. A gente antes de ir, a gente faz um plano de retirada desse casco, informando para a Marinha da forma que nós iremos agir ali e de que forma a gente irá resgatar e trazer esse casco até o Porto. Então é feito ali um plano de retirar e retirar.
Eu fico imaginando, assim como todos os nossos. Espectadores, que o naufrágio era feito de uma forma muito fácil, muito prática. Mas você tem que ter equipamentos. Quais são esses com esses equipamentos básicos?
Então, a gente trabalha hoje em dia com lift bag, que são boias gigantes, tem de todos os tamanhos. Aí a gente desce com elas vazias e aí a gente amarra, posiciona todas elas embaixo e a gente infla, né? E aí o casco vai subir com segurança.
Como é que infla?
Como é que influi água no barco? Um compressor de ar, né? A combustível, no caso a gente liga ele lá e ele demanda pra baixo, pro mergulhador e para a gente fazer essas fainas também, para encher boia, pra já tirar, para ter acesso a um ponto, entendeu? A gente precisa procurar pontos que sejam firmes os eixos. Por exemplo, LEME Se a gente usa um sistema de cinta, também, que a gente passa por baixo do casco e o casco às vezes está num fundo meio lodoso, de lama e tal.
Então a gente tem que já ter ali para limpar um pouco, para a gente ter acesso embaixo e sentar para que a gente tenha pontos fixos e firmes ali, para a gente amarrar os livros que a gente subiu.
Bah, Quais são os maiores riscos que você realmente fica? Ou já deve até ter tido algum tipo de de acidente?
Os riscos são vários, principalmente um casco que passou por um incêndio, por exemplo. Ele é um casco que ele vai estar fragilizado, ele vai ter poucos pontos de amarração, então isso dificulta bastante esse casco. Na subida, principalmente, a variação de pressão é muito grande, então o ar subindo ele se expande. E esse livro Timberg também. Se ele não for de qualidade e tal, se ele tiver algum desgaste, ele corre o risco de estourar, né?
E aí o barco pode capotar, o casco ali pode voltar para o fundo de novo, a gente vai estar embaixo. Então aconteceu o caso, já que aconteceu isso em tal, subindo, o barco desceu e passa pela gente. É um risco, Um outro risco também é enrosco. Como eu já falei aqui, a gente tem pouca visibilidade e os barcos normalmente afundam e um está com vários cabos que ficam presos no barco, mas estão ali solto.
Incêndio mais uma vez tem vários fios que se queimam ali, mangueiras. Isso tudo é muito perigoso. Enrosca é um dos mais preocupantes em nomes assim.
Aí, depois de toda essa faina, você lastrear um tal e daí vai, vai subir e fazer essa suspensão, Esse processo é rápido.
Primeiro a gente isola tudo, depois a gente faz um mergulho para inspecionar. A gente vai ver os pontos ali aonde a gente pode prender os lifts. Vai ver qual a condição do barco em si. A gente costuma chamar tudo isso. E aí a gente sobe, analisa, faz um croqui e daí a gente inicia o tempo varia, pode ser dois dias, teve naufrágio, quem já ficou 12 dias, porque.
12.
Dias, condições de mar eram ruins demais.
Você rifou nós, os balões tal e o barco flutuou quando ele flutuou ou tal Aí qualquer operação. Então, aí você vai rebocar o barco. Tem algum tipo de processo sobre isso? Porque ele não vai sempre naufragado nas proximidades.
Do rio.
Em local que possa ser retirado da água? Como é que é o procedimento nisso? Para chegar na parte final?
Então, aí a gente tem duas situações se o barco abriu ali um furo ou rombo e a gente possa vedar, a gente levanta esse barco, a gente veda ali, aquela parte, esgota a água e aí a gente traz esse barco rebocado, navegando. Aconteceu isso com uma lancha 62 pés, que nós resgatamos lá da Ilha Grande. E tem o caso que você precisa trazer ela com esses balões, né?
O casco com essas boias. Então a gente, a gente puxa a rebocando até a Marina. A gente tem uma das marinas aqui que tem o sistema Travel Life, e aí a gente consegue tirar esse barco da água de uma forma muito mais fácil de barcos.
Você tem ideia do que que você já resgatou boa quantidade no óleo e vai falar tanto que de repente ninguém mais vai querer sair do lugar? Mas também não foi só um eu.
Eu não costumo contar. A gente geralmente grifa mais, marca mais. Assim, os barcos maiores, mas assim já passou de uns 70 barcos. Assim, sem dúvida.
Em quantos anos?
Desde 2008?
Desde 2000 e. E desses inúmeros cascos que vocês trouxeram para a superfície, retiraram o lixo do mar e retiraram que o mar não é depósito de lixo, nem o lar, nem o mar, nem nem represa, nem lago. E desses barcos tem algum que foi mais marcante para você assim que foi mais trabalhoso, tanto ou mais trabalhoso e outro que de repente talvez tenha sido o mar?
Faça coisas que o vento sim vai. Tem algum ou algum Cássio pode relatar para a gente?
Então, um caso que foi muito marcante não foi nenhum barco, foi uma aeronave que estava ministro. Teori Zavascki caiu na Baía de Paraty e eu cheguei muito rápido. 20 minutos, meia hora depois, eu estava muito próximo e veio meus equipamentos. E aí tentei entrar no barco porque tinha ainda uma vítima com vida. Então eu tentei resgatá la, mas dentro tinha muitos móveis quebrados ali, muita madeira e os corpos também, e muita lata cortante.
E veio logo um corte no dedo profundo. A fuselagem estava partida e eu não consegui acessar até o ponto que ela estava e o bombeiro chegou um pouco depois, abriu o teto e eu tentei passar uma mangueira de ar para ela, mas infelizmente nessa hora ela apagou e acabou morrendo ali. Então isso foi muito impactante, foi muito marcante.
Há um outro caso curioso do ex-deputado federal Ulysses Guimarães por ele caiu aqui na nossa região em 92 e a aeronave dele caiu aqui e todos os corpos foram achados, menos o dele, o que gerou várias suposições. E cerca de uns três, quatro anos atrás eu fui chamado para desenroscar rede de pescadores de Trindade e ao descer chegar no fundo, lá eu me deparei com algo que parecia ser uma fuselagem ou parte ainda de uma fuselagem de algum helicóptero.
E aí a gente resgatou, levamos à praia e quando a gente chegou na praia, a gente achou um pedaço de osso incrustado nessa fuselagem. Então e como foi próximo da área aonde houve a queda, eu suponho que seja a dele. E isso a gente registrou na Marinha, delegacia e também nas Forças aéreas e Aeronáutica. No caso aí foi tudo periciado, mas não saiu o resultado.
Até hoje a gente não teve acesso a isso.
Às vezes a pessoa pensa que o naufrágio é só aquele que vai fundo, mas eu acho que também tem um naufrágio que que é o Córrego Terra. E eu me recordo há um tempo atrás sobre eu acho que uma lancha de 52 pés que aqui também na baía da Ilha Grande, aqui que que subiu morro, a.
Laje virou capa de revista e tudo isso.
E isso daí. Como é que é esse? Faz parte do naufrágio.
Não faz parte também. A gente resgatou uma aqui na Ponta Grossa, uma lancha de 32 pés, e ela veio e subiu na ponta. O piloto não fez a curva, ele passou reto e tal. Ela caiu no meio do mato lá, né? Aí a gente teve dois casos de exceção. Foi um caso e é o barco. A gente, logicamente, não precisou mergulhar para poder retirar.
Na verdade, a gente montou lá umas traves de aço com talhas, Subimos o casco, a gente liberou o casco na parte quebrada, as partes quebradas no esgoto, uma água de dentro. E esse barco desceu e voltou rebocado na superfície estivesse navegando. Esse foi o.
Naufrágio.
Esse naufrágio a seco foi difícil, mas não precisava mergulhar nem saber.
A agulha então. Enfim. E eu acredito que tenha ficado claro não é um tema que a gente não goste de comentar, mas.
Necessário.
E necessário, porque todos nós estamos expostos a. Você relatou aqui alguns fatos que inclusive não é só a embarcação que bateu uma aeronave, um helicóptero e sei lá, até um veículo, as vezes pode ser um. O veículo cai de uma balsa, o veículo entra numa curva e cai na água. Então todo esse processo de resgate eu acho que ficou bem claro que é necessário que tenha profissionais qualificados, credenciados para que possam fazer isso e de forma segura e de forma também que o contratante também possa ficar tranquilo a contratação.
Ele foi exatamente o Flávio?
Tem alguma mensagem a mais? Não é só para ninguém naufragar, Vai ser.
Naufragar se naufragar. A gente está aí para poder ajudar.
Então, Flávio, você sabe que tudo isso que a gente fala, tudo isso que a gente produz de conteúdo e com uma só intenção, é para que as pessoas naveguem mais. Sabe por quê? Porque navegar é saudável, Navegar é preciso. Então venha navegar. Um abraço, meu amigo de longa.
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