Mar de Amigos - Uninaútica

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Bem vindos ao mar de amigos hoje com o nosso amigo, meteorologista, astrólogo, geólogo que dispensa apresentação pela extensão do seu currículo. Paulo Gomes Varella, que vai tirar mais algumas dúvidas porque tivemos recentemente um vídeo falando sobre marés que inclusive estamos colocando aqui na nossa tela exatamente sobre esse vídeo. E surgiram algumas dúvidas e eu gostaria de te explorar um pouco mais.

E aí eu gostaria de entrar pela matéria que eu acho que me corrija se eu estou errado que a parte de astronomia da. Primeiro, é correto chamar um astro de estrela?

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
É boa questão essa. De um modo geral, na nomenclatura astronômica, todo o corpo celeste é um astro. Então eu diria. Astro é sinônimo de corpo de corpo celeste. As estrelas pertencem a uma classe de astro, uma classe de corpos celestes. Outras classes são os planetas, os cometas, os asteroides. Enfim, tem uma série de astros no firmamento que apresentam características comuns e, por isso, eles estão agrupados numa mesma categoria.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Então, dentro dessa sua colocação, ou seja, esses as estrelas ou os astros, eles, eles têm um movimento próprio.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Isso tem vários movimentos que nós detectamos na natureza relativamente à terra e aos outros corpos celestes. Por exemplo, na nossa conversa sobre as marés e o seu ciclo, eu mencionei rapidamente a questão da influência do Sol e da Lua sobre o ciclo das marés. Na realidade, os dois astros não permanecem estáticos. Aqui à nossa volta, eles estão se movimentando.

Nós, terra caminhamos em torno do sol, num sentido, num movimento chamado translação, e a Lua, ao longo de um mês, realiza um movimento em torno da Terra que se chama revolução. Então, à medida que o tempo passa, esses dois movimentos o da Terra em torno do Sol e o da Lua em torno de nós, faz com que a configuração desses três astros mude constantemente e, por isso, o ciclo das marés não é reproduzido em todos os meses, exatamente com as mesmas características.

Além desses movimentos, desses dois astros que influenciam muito o ciclo das nossas marés, há outros movimentos que você detecta facilmente, como a rotação terrestre que produz a sucessão dos dias e das noites, associando a translação da Terra com a sua rotação. Nós vamos perceber também coisas incríveis ao longo de um ano. No caso do nosso inverno, temos dias bastante curtos e noites muito longas.

O que aparece de um modo invertido no verão? O Verão tem dias longos e as noites bastante curtas. Então, todos esses fenômenos que afetam diretamente a nossa vida aqui no planeta estão intimamente ligado aos movimentos que os astros têm à nossa volta.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Dentro dessas movimentações, então, nós temos. Ou seja, o universo está em movimento, totalmente novo.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Como não há um astro que conheçamos, que esteja parado, tudo se movimenta.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
E esses movimentos nos afetam diretamente.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Em relação aos astros mais próximos de nós. Sim, eles praticamente regulam a nossa vida desde a pré história, observando o movimento do sol nascendo a leste e se pondo a oeste. O ciclo das fases da Lua. Tudo isso influenciou o processo de desenvolvimento da nossa cultura. Inicialmente, esses primeiros passos do homem dentro da astronomia eram iminentemente práticos. A agricultura estava ligada à previsão das estações do ano e, portanto, a gente precisava conhecer o céu para que isso pudesse ser pelo menos previsto e o início delas.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Então, eu diria que todos esses movimentos que os astros à nossa volta têm, eles influenciam diretamente a gente. À medida que eu pego astros cada vez mais distantes, como as estrelas, as galáxias. E assim, na verdade, pouco nos influencia diretamente. Mas é fascinante notar que todo o universo como um todo tudo se movimenta. Não há nada que esteja parado.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Fantástico, muito boa as suas explanações. Mas dentro dessa, dessa tua colocação, tudo se movimenta. Temos tido aqui alguns alguns fenômenos que têm sido chamado de superlua e está certo. Essa denominação é o que é e o que é esse fenômeno.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Portanto, não sei se existe um certo ou errado é que, na verdade, esse termo está consagrado popularmente para um fenômeno que ocorre ao longo de alguns meses do ano. Não é um fenômeno que aconteça em todos os meses e ele é muito fácil da gente compreender. A Lua passa ao longo do mês em que ela revoluciona em torno da Terra por várias fases, das quais quatro são as mais conhecidas, que são a Lua Nova, o Quarto Crescente, a Lua Cheia e o quarto minguante.

Então esse é um ciclo que as pessoas estão acostumadas a perceber no firmamento. Talvez o que as pessoas não saibam é que a órbita que a Lua realiza em torno da Terra não é uma circunferência perfeita. Ela é uma órbita em forma de elipse, como se fosse uma circunferência levemente achatada pela posição da Terra e da Lua na sua órbita.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Existem dois pontos pelos quais a Lua passa ao longo do mês, num ponto onde ela está mais próxima à Terra. Esse ponto da órbita dela chama se perigeu. É um ponto da órbita da Lua onde ela está mais afastada da gente, que é o apogeu. Isso ocorre em todos os meses. Agora, esses dois pontos da órbita da Lua não são fixos.

Eles vão mudando lentamente de posição, de tal forma que em algumas épocas, particularmente em alguns meses, pode ocorrer a fase de lua cheia, quando ela é vista integralmente no firmamento junto da passagem dela pelo perigeu. Ou seja, além de estar na fase de cheia em que ela está totalmente iluminada, ela ainda está mais próxima à Terra no mesmo instante, e isso faz com que seu brilho seja apreciado um pouco mais intensamente, talvez uns 15 20% a mais de luz.

E o tamanho aparente da Lua no céu seja um pouquinho maior. Olhos não treinados não vão perceber isso. Então, por isso que eu não gosto muito da expressão super lua, porque para o público um pouco mais leigo na área da astronomia, imagina que você vai ver uma lua gigantesca no céu, que vai ser um brilho estrondoso. Não é um pouquinho mais brilhante, um pouquinho maior.

Então, na astronomia em si, nós não temos um termo único que designa essa situação. Eu diria é uma noite. Que lugar de luar esplêndido, quer dizer, para quem está fora do ambiente urbano, já que em ambiente urbano, a poluição luminosa no nosso entorno é muito grande, difícil as pessoas perceberem o luar. Mas se você tiver num lugar afastado, você vai ver um luar espetacular ganhando a paisagem com aquela luz prateada magnífica.

Mas eu não diria que é uma super lua, porque isso cria a ideia de um fenômeno que, de fato não vai acontecer no céu. É um nome, digamos, em uma expressão própria para descrever.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Dentro dessas desses fenômenos, ainda temos ainda previsão ainda de fenômeno. Eu sei que tenho o site O Céu Austral, que você sempre divulga isso, né? Mas para já deixar registrado aqui no nosso bate papo.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Se nós pensarmos ao longo de um ano inteiro, uma pessoa que gosta de olhar o firmamento ou que a partir agora das nossas conversas, espero eu, você também, que não observe o céu, se entusiasme em fazer. Você terá pelo menos entre 200 a 300 fenômenos celestes visíveis ao longo de um ano, desde eclipses do Sol e da Lua.

Conjunção de planetas quando eles aparecem muito próximos um ao outro no céu, a Lua ocultando estrelas, chuvas de meteoros. Enfim, você tem uma gama de fenômenos celestes para observar ao longo de um ano inteiro que, por exemplo, para quem está navegando ou que vai se afastar da costa o suficiente para não receber a interferência das luzes urbanas. Esse é um dos fenômenos mais belos que o céu tem e que você está olhando para o firmamento e vê lá uma série de estrelas cadentes ocorrendo instantaneamente e quase que ao longo de duas, três, 04h00 da noite.

Então você está descansando no convés da sua embarcação e tem a possibilidade de apreciar um fenômeno super bonito.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Então você pode dizer o que vai afetar esses fenômenos, o que vai afetar o navegador e a beleza que ele vai poder desfrutar.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Particularmente a beleza que os fenômenos celestes têm. A questão, por exemplo, de fenômenos mais corriqueiros, como as fases da Lua. Aí você teria, já que observar uma tabela do instante em que essas fases acontecem, justamente para você entender como é que você consultaria a tábua das marés. Porque o ciclo das fases está ligado intimamente a amplitude das marés em cada ponto do litoral fantástico.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Então, mais uma vez, estamos aqui tendo essa aula aqui com o mestre e quero te agradecer e ao mesmo tempo, gostaria de convidá lo para que sempre nos abasteça de informações através do seu austral e das nossas. O nosso comunicado, para que a gente possa informar o nosso mar de amigos desses fenômenos e possam disfrutar dessa maravilha que é poder contemplá los.

PAULO GOMES VARELLA – ASTRÔNOMO
Beleza, pode contar comigo? Estaremos divulgando com certeza para vocês.

JOÃO ROBERTO – CONSULTOR TÉCNICO DE VENDAS
Então, ótimo, muito obrigado. Nós temos que agradecer a vocês de terem nos assistido até agora. Quero pedir para que compartilhe esse vídeo para que dê o seu like que nos questione e que nos apresente suas dúvidas. E vem conosco. Navegar é saudável. Navegar é preciso. Obrigado.